
Antes de ceder crédito habitação, a instituição financeira olha a vários fatores para aferir a viabilidade do cliente. Sabendo disso de antemão, quem vai proceder ao pedido de financiamento imobiliário pode preparar uma série de estratégias para melhor conseguir o crédito desejado. O ComparaJá.pt, plataforma de comparação de produtos financeiros e telecomunicações, indica quais os cinco principais fatores que podem influenciar o banco quando este empresta dinheiro para a compra de casa.
1. Taxa de esforço não deve ultrapassar certos limites
De acordo com o Todos Contam, portal de literacia financeira do Banco de Portugal, a taxa de esforço “corresponde à percentagem do rendimento familiar destinada ao pagamento das prestações de créditos que tenham sido contraídos”. Esta, segundo as melhores práticas, não deve exceder os 30%. Em suma, não mais de 30% do rendimento da família deve estar alocado ao pagamento de empréstimos.
O banco olha sempre para a taxa de esforço do candidato ao financiamento para aferir se a capacidade da família/indivíduo fazer face àquele crédito é possível ou não. Se esta for muito alta, então é possível que este entre em incumprimento, o que pode levar a que o pedido de crédito seja recusado.
2. Historial do cliente
No seguimento da taxa de esforço, o banco também procura analisar o historial comportamental do cliente no que a créditos diz respeito. Com isto procura ver eventuais incumprimentos, prestações em atraso e sobreendividamento. Tal serve para estabelecer um perfil e perceber se é um cliente que tem tendência a cumprir, ou não, com as suas obrigações.
O banco em questão recorrerá ao Mapa de Responsabilidades de Crédito disponível na Central de Responsabilidades de Crédito (CRC) do Banco de Portugal. Aqui estão presentes todas as informações de relevo em relação ao historial de crédito de cada cliente.
3. Análise ao património
O banco vai também averiguar qual o património que o cliente possui. Estes bens são analisados, em conjunto com outros rendimentos que o cliente possa ter, para perceber se há algo que possa ser usado como garantia hipotecária.
Isto baixa consideravelmente o risco do empréstimo, uma vez que o banco fica com um ativo em troca no caso de haver incumprimento. Para o cliente, a parte positiva é que – diminuindo o risco – diminui também a taxa de juro a pagar.
4. Existência de fiador
Outra hipótese pode passar por associar um fiador ao pedido de crédito, o que pode aumentar a possibilidade do mesmo ser aprovado.
Imagine-se um casal jovem que, ainda no início da sua via profissional, procura um crédito habitação. Provavelmente estando ainda num escalão de rendimento mais baixo, pode beneficiar de adicionar ao pedido de crédito um familiar mais velho e com um rendimento mais elevado e estável.
Este fiador fica responsável pelo pagamento das prestações associadas ao crédito, caso haja uma falha por parte do dito casal. O banco fica assim mais “descansado” e cede o empréstimo com maior facilidade.
5. Os bancos valorizam a relação com o cliente
Uma relação forte entre o banco e o cliente é muito valorizada pela instituição. Aliás, muitas vezes a banca oferece bonificações no spread se o cliente contratar uma série de produtos da instituição.
Por exemplo, no caso específico do Crédito Habitação do Santander, o cliente pode ter acesso a um melhor spread se domicilar pagamentos neste banco, se contratar um crédito ao consumo ou cartão de crédito ou se se constituir uma poupança junto daquela instituição. Mas o mesmo vale para outros bancos, que têm ofertas similares.
Mas, sobretudo, depois de se olhar para todos estes fatores, é importante perceber-se que o atual ambiente de queda de spreads pode ajudar à renegociação do crédito habitação, poupando-se milhares de euros no processo. E isto não vale só para quem vai agora contrair o crédito, mas quem já tem um. Como? Transferindo o seu crédito habitação.